sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Asgard



Em mais uma Lua, eu despertava ao som da trombeta do guerreiro que estava na proa procurando por Terras novas, procurando pro algo para a geração seguinte se esbaldar, e ter onde voltar após as grandes batalhas. Eu tinha apenas a fiel companhia de meus irmãos, e todos os pecados cometidos guardava no bolso ao lado de minha espada, tambores batiam ao chegar de novas Eras, nas runas sagradas, escrevemos como os Deuses nos abençoariam, assim como mil caíram perante o Orgulho do guerreiro. Foi quando vi, a Deusa pura, me chamando para o paraíso, onde ela manteria essa velha carcaça livre de todos os medos e fantasmas de erros que sangraram e fizeram questão de ficar marcados em cicatrizes.
Mesmo com um coral de malditos impedindo  a minha ida,  eu  fui mais forte e bravamente venci, de meu bolso saquearam algumas moedas, de meus trapos só deixaram minhas botas, pois elas sustentavam um mundo todo. Minhas mãos marcadas pelo curto tempo em grandes batalhas vieram como dois martelos julgando os que estavam ao meu lado ou não, apenas vi a Deusa de uma sabedoria simples mas que nunca esses olhos tristes e rancorosos aviam visto, mostrou a velha barba que ela poderia ser tirada assim como toda aquela história que me banhava de más escolhas, e covardia.  Na manhã seguinte meu nome era cantado pelas jovens sonhadores, eles diziam que eu teria vencido a vida, pois a destruí com uma nova, onde as mesas são fartas de sabor, e as tempestades de flechas não invadiam meu aposento guardado pela libertação, que tinha tomado forma de um corpo escultural e olhos tão claros quanto a lua em um mar onde tubarões eram apenas andarilhos.
Mil anos lutei, mil vezes me vi no passado, e não me vi presente no futuro, óh Deusa, agora estou em seus aposentos, sedento por fogo, se ouvia a fornicação em outros reinos, e todos a invejavam, pois havia eu encontrado o sentido da vida, não estava em baús, muito menos pendurado em correntes, mas estava nas mãos da donzela que havia salvado, o guerreiro que mais lembrava o ogro. A donzela que derrubou o martelo de ódio que costumava macetar crânios, as mãos que antes estrangulavam, agora fazem carinhos em uma pele delicada como a seda que era usada em trapos de monstros ricos, a donzela o salvou, dele mesmo. 

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