segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sob uma nova lei




Correndo juntos em direção ao perigo, como duas crianças sorrindo mesmo em um dia frio, nos arriscando para viver, cada passo silencioso em direção ao refúgio era um passo de uma história que marcava ali uma vida nova. Cobertas marcavam nossos rastros pela casa, lábios jorrando mel da vida, quebramos todo mistério da noite pelos cantos de um quarto, deixamos tudo jogado, as janelas fechadas nos davam a segurança e a certeza de uma noite longa e única. Descobri como me salvar quando você desenhou os enigmas em meu peito, quando sua respiração ofegante estava em meu pescoço percebi que o nosso caminho era muito mais longo, e com muitas flores, aquelas mais vermelhas, pois era assim que eu via todas elas. 
Vi o Inverno cantando sobre novos dias, mas achei loucura dizer que já estávamos em uma nova estação, pois o céu estava cinza, e as folhas ainda não haviam voltado a vida. Paralisado ainda consegui te observar caminhando pelo corredor com seu prato cheio de certezas, com aquelas cobertas nos aquecemos de todo o medo de uma complexa e dura vida. 
A Cura para as dores estava logo ali, na nossa frente, quente os nossos corpos não viam a hora passar, e até a Lua já havia se escondido quando decidimos adormecer. Algumas portas fechadas e outras abertas, finalmente achamos um jeito de concretizar sonhos antigos, por um segundo me senti dono de todos os seus sentimentos, todo seu prazer sendo arremessado direto a mim, todos seus desejos entre os arranhões em minhas costas, marcas que me farão dormir bem durante muito tempo. 
Um rio de momentos que nunca voltaria, mas me vi refletido nele, sem nenhuma cicatriz, apenas sorrisos. Tantas responsabilidades para tão pouco tempo, aprendi tanto somente observando e fico eufórico para colocar em prática, afinal, agora estou vivo o suficiente parar poder morrer em paz. 


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