segunda-feira, 25 de junho de 2012

Canción de la tristeza



Mais um dia abrindo os olhos de baixo de um véu suave, com sereno do amanhecer, mais uma vez embriagado pela realidade, com peso nos ombros caio de um lado para outro, com lágrimas dou o sorriso mais amargo mostrado ao Sol. Com pernas bambas tento me mover em direção a algum lugar fixo, que me deixe respirar e entender como pude esquecer meu lindo casaco em algum bar de esquina, entender porque tantas lágrimas caem e vejo todas essas plumas ao meu redor, tudo explodiu? Em minha carcaça só deixaram marcas da solidão, e talvez alguns trapos com cheiro de um andarilho da vida velho, mas sem barbas brancas, um velho com marca de um anel em sua mão direita, um velho músico que já não canta.
De canto em canto deslizando como se sua tristeza fosse a maré o arrastando pela casa inabitada, serás ele louco? Pois papeis dizem que essa noite ele terá apenas a companhia de suas unhas grandes pelo o esquecimento de sua própria existência, serás ele louco por gritar agonizadamente o nome dela? 
Ela que enfeita fotos em sua humilde casa, ela que aparece desdo começo do piano empoeirado ao violão com uma garrafa vazia, ela que aparece na lágrima esquerda e se esparrama pela lágrima direita sob velhos lençóis também com marcas de cigarro, e dessas lembranças as cinzas são as testemunhas, as notas tremulas  por uma mão tão sentimental, tão marcada pelo tempo, uma mão que hoje levantando cigarros e taças não é mas tão firme quanto a mão que não desligava o telefone em meio a madrugada, uma mão que hoje soube tornar sangue e dor em palavras... Uma mão admirada e odiada... O que o tornava "visível", era o que matava a cada segundo... Pois bem pelo menos o fim da tragédia essa mão pretende escrever, mas sem cortinas ou máscaras... Uma mão que fazia notas, hoje amaldiçoa a própria existência.


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