sábado, 23 de junho de 2012

Histórias que os velhos de amanhã contarão



Algumas coisas não podemos negar ou até mesmo comprovar a existência, podemos dizer que o sol se vem e vai todos os dias, mas podemos dizer quanto tempo isso durará? Quer dizer, podemos saber que algo nos deixa bem, mas não podemos saber se amanhã ainda nos deixará bem, ou apenas serão âncoras daquelas que não conseguimos fugir e que ainda quando tentamos sangramos. Pensei ter achado uma forma dessa chuva não me pegar, toda essa tempestade distorcendo o que já foi real, jogando para o alto bons dias que tivemos com poucas coisas, não posso te afirmar que ainda é seguro fazer parte de mim, mas não posso negar a saudade... Essa tempestade trouxe todos os fantasmas de novo, que agora, ocupam o espaço que um dia foi da nossa juventude. 
Miseravelmente vejo por pequenos buracos furados nessa proteção que chamo de 'arrogância", eu realmente não sei do que fiquei com medo, mas sei que me desprezei por virar as costas, abandonei desde domingos ensolarados, até noites de ventos macabros, tudo isso por uma solidão fétida que me decompõe a cada vez que consigo acordar. Sobre a tutela da vida, era fácil não ter trabalho, ou até mesmo poder seguir o mesmo plano durante meses, de alguma forma o pagamento para continuar sorrindo se tornou alto demais.
Podemos tirar essa infecção de nossas boas horas, podemos evitar atender o telefone só para vermos quem é mais orgulhoso, podemos dizer que não vemos nada nas fotos, e claro poderiámos tentar ser verdadeiros.
Somos a reflexão de todos os atos, somos pedaços espalhados de sonhos, somos poças em becos que ninguém ouça pisar, somos jovens que viveram muito, os caçadores que só o tempo pode matar.

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